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Arquitetos: Ventura+Partners
- Área: 415 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:António Teixeira
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Fabricantes: Bentley, GRAPHISOFT, Nogueira Fernandes
Descrição enviada pela equipe de projeto. Em resposta ao galopante avanço da pandemia Covid-19, tornou-se urgente formular um projeto de emergência que envolvesse a criação de condições capazes de aumentar o número de quartos em pressão negativa no Serviços de Medicina Intensiva (SMI) do Hospital Pedro Hispano. Até então, os cuidados intensivos expandiam a sua capacidade ocupando novos espaços, como unidades de cuidados pós-anestésicos, recobros e blocos operatórios, interferindo no funcionamento Duplicando o número de camas do SMI, esta ampliação não só vem reforçar, a curto prazo, a capacidade de resposta do hospital público contra a pandemia, mas também se traduz, a longo prazo, numa nova valência para o seu funcionamento regular.
O projeto foi elaborado num ritmo acelerado, concretizando-se em apenas uma semana. As premissas garantiam um projeto realista, económico e de resposta construtiva rápida – de forma a ser um contributo valioso para profissionais e utentes do SMI. O facto de se tratar de um projeto filantrópico oferecido à comunidade em nada diminuiu o comprometimento e zelo profissional dos envolvidos.
A nova ala do SMI surge assim com 11 quartos individuais com possibilidade de utilização de pressão negativa, dotados de uma antecâmara a toda a largura do quarto, que permite regular a pressão entre o interior e o espaço comum da nova unidade. Procurando articular o edifício com o espaço que o acolhe, cores e texturas foram pensadas para obter uma grande unidade plástica e uma melhor integração do conjunto. Luminosidade, fluidez e tranquilidade articulam-se numa unidade desenhada para ser funcional e eficiente, mas onde a elegância não é descurada.
Pelo seu exterior, o volume estabelece relações simbióticas com os edifícios envolventes, articulando harmoniosamente Arte e Ciência. Os desenhos de Manuela Oliveira, professora aposentada de Educação Visual, coabitam com uma frase de Pedro Hispano, médico do século XIII: “A medicina tem como fim a conservação da saúde devida e a recuperação da saúde perdida eliminando a doença”.
Com a construção concluída em apenas 25 dias de trabalho, o projeto foi desenvolvido num sistema construtivo ecológico e sustentável. A unidade foi criada num modelo de colaboração contínua entre arquitetos e a equipa do SMI, de modo a assegurar a total adaptação às necessidades de pacientes e profissionais de saúde. Concebido no contexto de grande incerteza e sucessivas adaptações a novas formas de trabalhar, o projeto – pioneiro em Portugal e com um elevado grau de replicabilidade – destaca-se também pelo comprometimento de dezenas de equipas e mais de 300 colaboradores.